Fluido é o soneto que
Permite ao poeta ter
A escolha na forma e,
Sem forçar conta ou rima,
Manterá as suas quatorze.
Sem denegrir a escolha
Daqueles que gostam d’outra,
Mas dando-lhes opção nova.
Não impondo alta língua,
Mas usando toda língua.
Sem impor uma origem,
Seja tal país ou bairro.
Fale das terras de outro
Ou das terras em que nasceu.
Bem, a primeira postagem é só para explicar o que é essa forma.
O Soneto Brasileiro é uma forma que criei a partir das 14 linhas dos sonetos clássicos, cuja regra é apenas as seguintes:
1) As 14 são divididas em estrofes de 5, 4, 3 e 2 linhas, podendo haver uma estrofe adicional de 1 linha. Por que isso? Porque permite mais controle sobre o fluxo do poema. O autor pode então criar uma progressão de uma idéia mais direta a uma mais desenvolvida ([1] 2 3 4 5) ou da mais desenvolvida a mais rápida (5 4 3 2 [1]), dividir o poema em 2 partes semelhantes (5 e 2, [1,] 4 e 3) ou três se houver a estrofe de uma linha (5, 4 e 1, 3 e 2), ou ainda criar um desenvolvimento similar ao dos sonetos clássicos, seja o italiano (5 e 3, 4 e 2), seja o inglês (5 4 e 3, 2), ou qualquer outra forma de organizar as estrofes.
Qualquer outra regra, seja quanto ao esquema de rima, ou mesmo sua existência, quanto a escolha da linguagem e do tema, quanto a ordem, etc, fica a cargo do autor. Assim, a forma permite que sejam feitos poemas mais livres, ou poemas mais regrados, mais próximos dos sonetos clássicos.